sexta-feira, 24 de julho de 2009

Criar a Universidade Popular!

Avaliação preliminar da Juventude LibRe sobre o Congresso da UNE - Brasília 2009

A Juventude LibRe completou neste último domingo (19/07) um ano, e o melhor de tudo é que a comemoração se deu do melhor jeito possível: na luta! Estivemos ao lado dos camaradas da União da Juventude Comunista (UJC) e da Juventude Comunista Avançando (JCA) no Congresso da UNE, tendo como eixo central a construção da Universidade Popular.

Universidade Popular

A unidade em torno desse ponto não é secundária. A transformação da Universidade brasileira é uma urgência sentida por todos. Contudo, a mudança que queremos não é aquela que vem sendo operada através das sucessivas contra-reformas do Governo Federal com a complacência da UNE.

Queremos uma Universidade que sirva aos interesses da sociedade e não do mercado, do povo e não da elite burguesa. Uma universidade que vise a formação de indivíduos críticos (ou seja, que relacionem a ciência que estão aprendendo com o papel que ela terá na sociedade), e não mera mão-de-obra a serviço das grandes corporações do capitalismo. Essa Universidade deve ter a pesquisa voltada fundamentalmente para as demandas populares. Deve abrir suas portas para a ampla maioria da juventude que hoje é desfavorecida e não tem acesso a um ensino superior de qualidade. Devemos lutar por esta Universidade Popular!

Compreendemos que não é possível hoje a sua realização por completo, já que, na sociedade capitalista em que vivemos, as Universidades cumprem papel estratégico na manutenção do domínio burguês. Este se consolida em diferentes âmbitos, seja na universidade pública – destinada a formação de quadros intelectuais e produção de conhecimento para a esfera privada – seja nas faculdades particulares, que apesar de terem um acesso importante das camadas intermediárias e populares, não fogem a essa lógica, realizando-a com uma estrutura ainda mais precarizada.

A consolidação plena da Universidade Popular somente seria possível em uma sociedade livre dos imperativos do Capital. Ela pode, contudo, contribuir ativamente para a transição a uma sociedade sem classes, isso se estiver em consonâcia com as demandas populares e ligada a um projeto estratégico de transformação social revolucionária.


A chapa composta pelas Juventudes do Fórum de Unidade dos Comunistas (UJC, JCA e Juventude LibRe) defendeu a constituição da Universidade Popular como um projeto estratégico da Esquerda brasileira. Um processo que aprofunde a reflexão a respeito da Educação em pontos já consensuais no seio dessa mesma Esquerda, fornecendo uma proposta de transcendência positiva de maneira mais consistente, em lugar da mera resistência às políticas governamentais. Um projeto inovador, que tenha a capacidade de aglutinar todas as forças progressistas em torno de si e fortalecer a luta por transformações sociais profundas.


Eleição para a Diretoria e a Unidade pretendida

Reconhecemos a necessidade de que a Esquerda se unifique, entretanto a unidade que se construiu a partir da chamada “Oposição de Esquerda” - como já ocorreu na anterior FOE – é meramente momentânea. Essa unidade é – infelizmente – frágil, pois se limitou ao somatório de votos para conseguir alguns míseros postos na Diretoria da UNE, sem que se aprofundassem a discussões sobre os pontos de unidade entre essas forças a fim de estreitar laços e constituir uma agenda de lutas comum.

Acreditamos que pouco avançamos a partir de uma unidade puramente eleitoral, sem estar baseada num amplo debate que possa refletir em uma atuação unitária para além dos congressos bianuais da UNE. Sendo assim, optamos por reforçar a unidade real que construímos junto aos camaradas da UJC e JCA, com o horizonte de nacionalizar o debate sobre a Universidade Popular.

Após termos defendido as propostas de nossa chapa e respeitosamente ouvido a defesa da chapa Oposição de Esquerda, nos retiramos do processo de votação – enfatizando que a disputa que travamos ali não se baseia na disputa por cargos.

Defendemos a unidade que se dá na luta, no intercâmbio, nas experiências comuns de ação cotidiana, que ultrapassam em muito os limites de ação da hoje frágil União Nacional dos Estudantes. Para tal, é necessário aprofundar o debate político sobre as pautas centrais que podem unificar a ação da Esquerda brasileira, superando a sua fragmentação e refluxo. É a isso que nos propomos e seguiremos caminhando nessa direção, ao lado de todos aqueles que se propõem a superar o atual estado de coisas.


São Paulo/Porto Alegre, 24 de julho de 2009.


"Vem estudante, vamos lutar!...
Por uma Universidade Popular!"

"Criar! Criar! a Universidade Popular!"

"Estudante do povo, qual é o seu lugar?
Construindo uma Universidade Popular!
Não é... Prouni! Não é Reuni não!
Não queremos nenhum tipo de enganação!"

Defesa da resolução sobre Movimento Estudantil no Canal LibRe Youtube:


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